Noturno

Para nós, a sós
inexiste o tempo:
medível, contável

Há tão-somente
suave mistério
incontrolável

Possuímos parte
da eternidade
em movimento

Não temos forma:
somos ar, somos gás
liquefazemos

Não somos dois:
somos, apenas
acontecemos

Pura presença
verbo e luz
auto-existente

Sangue pulsante
semi-sufocante
em nós latente

Há algo agora
que não se pode
denominar

Falta-nos termo:
chamemos de amor
chamemos de amor
só por nominar.

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