No leito da vida almejo um remanso:
a pura Verdade, o ímpar descanso.
Agita e revolve em mim a vontade,
e, inquieta, ela busca a realidade.
Fremente é meu passo e a bruma me encobre:
ofusca a senda que anelo encontrar.
Errante, dissipo a névoa e hesito;
aceito e recuo: não foi desta vez.
Indago: será a Verdade um molde
que molda o espírito e a alma, talvez?
De mim, ela tem a ínfima parte,
mas não o todo, a integralidade.
Pois a verdade me é desarranjada:
em mil unidades fragmentada.
Um dia, se encaixa o quebra-cabeças,
e tão vera imagem verei se formar?
Assim me será desvelado o mistério,
e a plena Verdade virá me habitar.