Epifania
da Verdade

No leito da vida almejo um remanso:
a pura Verdade, o ímpar descanso.

Agita e revolve em mim a vontade,
e, inquieta, ela busca a realidade.

Fremente é meu passo e a bruma me encobre:
ofusca a senda que anelo encontrar.

Errante, dissipo a névoa e hesito;
aceito e recuo: não foi desta vez.

Indago: será a Verdade um molde
que molda o espírito e a alma, talvez?

De mim, ela tem a ínfima parte,
mas não o todo, a integralidade.

Pois a verdade me é desarranjada:
em mil unidades fragmentada.

Um dia, se encaixa o quebra-cabeças,
e tão vera imagem verei se formar?

Assim me será desvelado o mistério,
e a plena Verdade virá me habitar.

O que achou do texto? Comente!