Do bem ao mal

O bem inicial, sutil e apaixonante
Despertou-me um ébrio e ingênuo amante:
Bem de cores mil, mui viçoso, tão vibrante
Envolveu toda minha boa vontade infante

Tal bem, que de início assim colorido
Murchou qual flor, e seu belo, exaurido:
Tornando – surpresa minha! – num mal dorido
O bem que enfim pensei ser meu amigo

A culpa, quiçá, foi de meu ego inocente:
Abrí-me qual uma rosa, puro e candente
Sem ver que rosa não é flor, somente

De espinhos é repleta, negando a perfeição
Assim é o falso bem, de igual incorreção:
Mal oculto há consigo e engana o coração.

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