Quem dera os sentidos de meu corpo
Suplantassem a vil matéria
E adentrassem a malha etérea
De tua alma, além da forma:
Saber na fonte intuições
Inefáveis, tua própria metafísica
Que mesmo a razão pura inalcança.
Quisera eu deslizar, feito plasma,
Na compleição pulsante e viva
Onde o pensar não brotou, não nasceu:
Pré-verbal, embrionário, substancial.
Quem sabe se lá, eu penetrado,
Visse, com olho vão e limitado,
O amor nascente em teu espírito nuclear
E no lago onde repousam tuas vivas emoções
Nítido, contemplasse, refletido à superfície
A inequívoca presença do meu eu.