Maria Eleutéria, no alto sertão,
soca o milho no pilão, com esmero:
cedo dá de comer à galinhada,
que à sua roda espera o farelo.
Junho começa e Maria matuta:
“o mês inicia, é perto o São João.
A colheita foi miúda, é verdade,
mas graças a Deus não faltou o feijão.”
São João deverá ser festa bonita
e ela faz angu, paçoca e canjica.
E Nosso Senhor lhe dá o mantimento:
sobra até pra quem pedir alimento.
Mulher de fibra há no sertão, decerto:
há tempos levou-lhe o marido a morte,
e cinco crianças, por brio e sorte,
lutando criou, com Cristo por perto.