Canção
do Saber

Ninguém é o mesmo após saber algo
Nunca mais é, por mais que o queira…

.    .    .

Se menos soubesse, eu não sofreria
Se menos soubesse, não me faltaria
O que desconheço, e nem poderia
Pois o que não sei, por não saber
Em minha alma não existiria

.    .    .

Talvez seja este o preço a pagar
Por ver claramente a realidade:
A ninguém jamais poder explicar
Se já não há quem queira a verdade

.    .    .

Saber é fiar-se, é se amarrar
É pactuar com a Consciência
E para trás não poder voltar:
O Saber reflui, em reminiscência

Saber é riqueza, mas não recompensa
Tesouro no âmago, peça de museu:
Tem suma importância, tanto representa
Mas é velha História que amareleceu

.    .    .

Devia a infância ser época mágica
Tão pouco se sabe, viver é brincar
Apenas se vive a realidade
Sem jamais com ela se preocupar

Tudo que chega na infância, vivemos
Quando os anos passam, vem o recordar:
Por que em tais laços assim nos metemos?
E como aqui viemos parar?

.    .    .

Solução, talvez, seja o saber menos
E do que sabemos, só vivenciar
Toda parte boa, agradável e bela
Que a realidade, nem sempre tão dura
Capaz, assim, seja de nos dar

8/6/2014


Publicado originalmente no blog Letra Nascente

O que achou do texto? Comente!