Como é
difícil…

Numa manhã, despertei mesquinho:
Queixei-me, então, de vãs mazelas.
Mas, afinal, o quê são elas?

O sol está lá e sempre estará:
Dá o calor, o alimento a crescer.
O ar está aqui e está acolá:
É desnecessário aparecer.

Aqui há roupa, comida e abrigo.
Aqui por ora inda há vigor físico.
Estendo a mão e posso pegar:
Quanto é que vale meu polegar?

E os luxos banais, alguns nos quais
Nunca é preciso pensar?
         Água tão limpa
         Chuveiro quente
         Cama e colchão.

E não consigo me contentar:
A vida é eterna comparação.

É preciso mais, quando há demais:
Pura vaidade, minha constituição.

( .   .   . )

Há o mal no mundo
         Sempre haverá.
Injustiça a sofrer.
         Privação surgirá…

Contudo, fique eu satisfeito:
O Criador muito fez por mim.

Como é difícil pensar assim.
Como é difícil…

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