Leva-me, ó ninfa, em afável mistério
Que no rubro enlaçar de teus cabelos
Envolvo-me em teus cachos, tão vermelhos
Num doce voar, qual pássaro ou ébrio
Revela-me a alma, quem sou e não sabia:
Segredos sublimes, a mim mesmo ocultados
Mergulhe na essência e eu, maravilhado
Ouço mil cantos que eu desconhecia
Transponho o visível, em doce fantasia
Teus toques de seda perpassam-me amor
Acabam infortúnios, esvaem-se apatias
Passeio em tuas curvas, bela simetria!
Embevecido, transcendo minha dor:
Só tu, ó ninfa, restauras-me a alegria