Guerreiro ferido
Descansa, meu filho, agora descansa: Despido esteja de amargos temores Respira e resguarda tua esperança Que os vis espinhos protegem as flores Refaz já teu brio, galopa a vingança Ergue tua fibra, vêm dias melhores… Guerreiro ferido
Memorial
O inferno de Niemeyer não arde. O inferno de Niemeyer é prédio: de vidro e aço concreto armado feiura e tédio.
Pichado amor
Num muro da cidade, a inscrição profundamente prosaica, diz: “mais amor, por favor”. Assim reclama o neo-chavão. Medito e penso: errado pedido. Sai, desde a base, deslocado: pois pede-se um amor medido, um pseudo-amor, quantificado.… Pichado amor
O violeiro
Todo dia, na rua do bairro fabril e decadente o violeiro senta-se com sua viola. Entre um acorde e outro, o caipira desraizado levanta a aba do chapéu, cumprimentando transeuntes e carros que o ignoram,… O violeiro
leve
subitamente esqueço de mim largado ao vento dou-me conta, enfim: nunca fui feliz como estou assim