Picante

PRECONCEITO eu tenho, tu tens, nós temos, eles têm. Quem não tem, que atire a primeira pedra. E os maiores preconceituosos, veja só, são os acusadores do preconceito alheio — ok, provavelmente não tenham preconceitos oficiais, reconhecidos em cartório. Mas têm vários outros, seguramente.

O preconceito faz parte da natureza humana, como o cerume e a remela; assim como estas, são sinal de boa saúde e tem uma função, não existem à toa. São indesejáveis apenas por uma questão de higiene e etiqueta social.

Preconceito é uma proteção — talvez excessiva, talvez descabida. Seria uma prudência doente, diria assim. No entanto, ela pode ser útil, claro que pode: evitar certas coisas, certas pessoas, um local de má fama. Qual é o problema? O direito à autopreservação vem em primeiro lugar. Cumpre, talvez, fazer as devidas distinções conforme as circunstâncias.

O preconceito na vida é como pimenta na comida: não alimenta, mas dá um gostinho. O segredo é não abusar.

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