ESTE PRIMEIRO post sai numa mídia um tanto antiquada: o blog. Eles já tiveram sua era de ouro, entre 2000 e 2010, até ceder um bocado da audiência às redes sociais. Pessoalmente, sempre gostei de blogs. Gosto até hoje. Talvez estejam meio fora de moda. Para mim, sem problemas. Sou da geração que viu a Internet nascer, crescer e evoluir (ou involuir, a depender da abordagem) e ainda leio blogs com frequência. Por essa mídia conheci ótimos escritores, alguns profissionais mainstream hoje em dia, revelados por eles. Por isso, creio que eles ainda possuam um público fiel.
Mas por quê, passados esses anos todos e ciente da perda de audiência – especialmente para o Facebook – por quê alguém ainda publicaria seus textos nesta mídia, de modo tão retardatário? Problema de timing?
Possivelmente seja, não nego. Porém, há outras razões para se fazer um blog. A maior delas é a qualidade de conteúdo que ele pode oferecer. Nos Facebooks da vida, o texto entra no limbo das timelines entulhadas de vídeos, memes, virais, propagandas indesejadas, o escambau, que pipocam via algoritmo. Não, não quero ser chato: admito que isso tenha lá seu lugar, sua graça. É a bola da vez. Mas as idéias ficam ali, espremidas no meio daquilo tudo, torcendo para que alguém as leia, para então perder-se instantes depois.
E mais: no seu perfil de Facebook, os leitores fatalmente serão seus amigos e possíveis seguidores. O problema é que, a menos que você seja um influenciador profissional, nem todos estarão interessados no que você tem a dizer; ao contrário, é bem capaz que eles, ao verem o que você escreveu (verem é o verbo, pois passam rapidamente pelo post e dificilmente lêem), te ignorem ou te achem um mala sabichão, algo metido à besta ou no mínimo alguém esquisito. Convenhamos, não é exatamente a situação ideal para quem ousa escrever algo mais denso, com alguma substância.
E quanto ao blog? Em contrapartida, ele possibilita uma coisa interessante, bonita mesmo: de certa forma, ele é escolhido. A pessoa visita a página como quem vem à sua casa e o melhor, faz isso porque quer, porque se interessa. Quer um conteúdo mais relevante, mais interessante, quem sabe um escape para sair do bombardeio alucinante (ou azucrinante) das redes sociais. É um alívio para quem, calmamente, busca respirar ar fresco ou tomar um “cafezinho virtual”. E não é isso que as redes sociais deveriam ser, no fim das contas?
Então, ficamos assim. Publicarei por aqui coisas legais, outras nem tanto, algumas ranhetices, filosofices, literatices, e por aí vai. Tentarei não ser piegas, cabotino ou outras coisas feias. Com o tempo, a gente pega o jeito…
Por enquanto, muito obrigado e seja bem-vindo. Até!
*
P.S. Quanto a mim, pessoalmente, não tenho credenciais vistosas nem carteiradas a dar, sinto muito. Não sou famoso, titulado, condecorado, acadêmico, nada do tipo. Tenho um, aspas, diploma universitário, o que significa um passe precário para o infame “mercado de trabalho”. Escuso-me a apresentá-lo. O que eu gosto é de escrever e escrevo há um tempinho. Tenho outro blog, de poesia, há três anos no ar. Se quiser dignar-se a clicar, deixo o link: www.letranascente.tumblr.com. “No tumblr, Fernando?” Sim, no tumblr. É que sou tímido.