…porque, no final das contas,
todo mundo está só.

Mesmo o mais
      solicitado
      requisitado
      sociabilizado
está só.

Dor se sente só.
Fome se sente só.
Sede, igualmente, só.
Responsabilidade?
Assumiu, ficou só.

Cooperação, solidariedade?
Convívio, afinidade?
Amor, amizade?
São finas cascas:
fragilidade.

A solitude é sentida
se a mão estendida
quando urge, se ausenta:
há o eu, mais ninguém.

Obviedades?
Bem o sei.
Não há nada de novo a dizer
neste mundo velho.

E quando tudo o mais finda,
incluindo a própria vida,
o que fica é solidão:

cabe somente um corpo
dentro do caixão.

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