Soneto
do alerta

A alma dentro em mim resguarda um pranto
No peito um grito aberto ao mundo clama:
“Ó néscios, despertai, lá vem a chama
Senão, durmam e acordem por espanto!”

E giram tresloucados, não percebem:
Matéria, bens, dinheiro, riso e fama
No espírito, se Amor não se derrama
Vereis, pois, se algum dia não vos levem!

É fácil dar de ombros, certamente
Rirem-se de meu apelo, em zombaria:
“Ah, paranóico és tu, completamente!”

Mas eis caminha a hora e velozmente
Sem falta o chorarão, à revelia
De quem vos alertou anteriormente.

17/5/2014


Publicado originalmente no blog Letra Nascente

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