ANTES do último suspiro deste esquisitíssimo 2018 brasileiro, uma palavrinha aos meus dois ou três leitores eventuais.
Primeiro, algo sobre A Metamorfoice. Desculpem a inconclusão do conto, aliás aguardadíssima (pfff…). Desistiram dele? Com razão, admito. Eu faria o mesmo. Eis o que ocorreu: o conto foi dividido em seis partes, sei como termina e não desisti do final previsto. Já escrevi a parte faltante faz tempo, mas não gostei do resultado, do desenrolar da coisa toda. Pretendo terminar o conto até o fim de janeiro próximo, palavra. Tchekhov estava certo, afinal de contas: deve-se escrever o conto em três dias ou nada feito. Burro, eu. Quem mandou não obedecer?
* * *
ESTE BLOG como um todo carece de revisão. De certos textos gosto um bocado, mas a maioria necessita atenção no estilo e na sintaxe. Sobram vírgulas, faltam vírgulas. Na maioria, abundam vírgulas ridiculamente fora do lugar ou mesmo descartáveis. Perdoem o aparente descuido. Confesso minha incompetência na revisão. Sofro mais como gramático que como escritor, embora não use isso como desculpa. Escrever sem manejar razoavelmente o idioma insulta ao bom leitor (mostrem ao Paulo Coelho essa assertiva) e a mim, também.
Seja como for, não desisti completamente deste Desmodernismo aqui. Pretendo revolver de novo a lama no fundo deste lago pouco frequentado, sempre que possível. Falta tempo, falta vontade, mas falta sobretudo motivação. Feedback ajudaria bastante. Acredite, conhecer opiniões sobre o trabalho é importante (não o puxassaquismo: prefiro o enxovalho sincero a sabujice, sempre falsa). Sinto-me motivado quando presto um serviço a alguém, de alguma forma. Seria o caso, aqui? Não sei. E esse silêncio atrapalha e desanima.
Outro erro no blog, este bem visível: caí na besteira ilusória de aceitar propagandas do Google. Sei lá que me deu. Vai ver os milhões do Gregor Soros de meu conto me influenciaram. Mas logo desisti, cancelei os anúncios, mas o Google não os tira de jeito nenhum. Incomodou-me essa poluição visual toda, além de não ganhar nem um vintém com esta gananciazinha de mierda, embora o proprietário desta plataforma, o ubíquo sr. Google, fizesse mais um otário. Bem-feito pra mim.
* * *
A VIDA. Brasileiro de classe-média-média, metropolitano sem querer, tudo segue razoável, obrigado. Podia estar melhor, podia estar pior – o que indica mediocridade. Ok: estou acima da inferioridade, portanto. Mas à gente inferior não se pode humilhar, que é coisa muito feia, certo? Quanto aos poucos superiores, não se pode desdenhar deles, pois indicaria inveja e despeito. Então, como diria Lênin, o que fazer? O certo é que medíocres tem lá suas dificuldades, também. Estar enfiado ali, no sanduíche da existência, espremido entre a camada alta e a baixa, qual o charme disso? Zero. Sorte ter a internet para fingir alguma importância, alguma estatura.
* * *
PS 1: Entre uma literatice amadora e outra, entre solecismos acidentais e propositais, este blog tornar-se-á aos poucos aquilo para o qual, afinal de contas, inventou-se os blogs: para registrar anotações à guisa de diário. Daí que pretendo importuná-los com meu cotidiano banal e pequeno-burguês: aguente-se filosofices estúpidas, conclusões imprecisas, preconceitos mal-disfarçados, de tudo um pouco. Preparem-se, pois, moços e moças.
PS 2: Um belo dois mil e dezenove a você e aos seus. Que corra tudo bem, que sejamos bons e confiemos em Deus (ih! rima involuntária).
.