Um santo

Deveras, um santo conosco andava
Naqueles dias, quem o saberia?
Seu puro semblante um brilho mostrava
Santa caridade calada exercia

O tempo dispunha, ouvia e ajudava
Mão estendeu a quem o mundo esquecia
Quieto e recluso, por vezes chorava
E não lamentava a dor que sentia

Imenso bem ele proporcionava
Mas, humildemente, nunca o media
Discreto e símplice, apenas doava
Justiça ou bondade a si não pedia

Sua força, pequena, toda empenhava
Do que tivesse sempre repartia
Um galardão, singelo, aguardava
Grã-recompensa era a dele, sabia

Pude conhecê-lo, o santo aqui estava
Se de santidade eu nada entendia
Agora percebo o quanto ele amava
Testemunhei como um santo vivia

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